sábado, 21 de setembro de 2013

Nickelback ignora rótulo de 'pior banda do rock' e conquista fãs

(Foto:Divulgação)
É um dos maiores clichês da última década dizer que o Nickelback é a pior banda de sucesso no rock. Mas as dezenas de milhares de pessoas no show da banda nesta sexta (20) no Rock in Rio não estavam nem aí para o rótulo impregnado nos canadenses.
Garotas às lágrimas apareciam no telão. A disputa nas áreas mais próximas ao palco era intensa. E os principais hits do quarteto tinham sempre recepção entusiasmada e eram cantados pela multidão na primeira visita do Nickelback ao Brasil.
Os 50 milhões de discos vendidos na carreira e os hits de tom meloso tornaram o grupo um alvo daqueles que os apontam como exemplo de roqueiros domesticados. A revista "Rolling Stone" uma vez disse que "se você está procurando por originalidade, você talvez queira a devolução do seu dinheiro em vez de um Nickelback (uma ironia com o nome da banda, que significa "moeda de troco"). Uma campanha no Facebook conseguiu eleger um picles mais popular.
As guitarras que lembram a sonoridade mais comercial do grunge e os ecos de Eddie Vedder na voz do cantor Chad Kroeger não ajudam muito na reputação. Pouca gente, no entanto, teve maior popularidade comercial que os canadenses nos últimos 15 anos.
No show de 1h15 no Rio, o Nickelback mostra "Animals" e "Photograph" logo no início e Kroeger mantém um contato constante com o público, com declarações de amor aos fãs e ao Rio de Janeiro. "Quantos de vocês já tinham ouvido falar em Nickelback?", pergunta o vocalista. Com o mar de braços levantados, ele comenta: "É um bom sinal".
Kroeger rapidamente percebe que, ao contrário de outros lugares, o apoio no Rock in Rio é maciço. E abusa do populismo. "Já quero voltar uma próxima vez ao Rio." "Vocês são maravilhosos." "Já tinham falado para nós do Rock in Rio, mas a gente não tinha ideia dessa reação." E obrigados, obrigados, obrigados levando até uma fã a dizer "puxa, menos obrigado e mais música". Outro agrado dos canadenses foi atirar camisetas do quarteto com uma espécie de minicanhão em direção à plateia.
Apesar das críticas, o Nickelback é um grupo que é competente em cima do palco como instrumentistas e, principalmente, sabe manejar bem um vasto catálogo de clichês de rock. As composições são bem estruturadas, numa progressão de acordes do tipo "rumo à vitória" como o grupo Journey costumava fazer no passado. Quase todas as faixas são power ballads - canções bastante melosas com um quê de peso de retaguarda. A receita é bem feita e o resultado são esses milhões de fãs mundo afora. No show, aparecem exemplos desse modus operandi em "Savin me" e "Too bad".
Em outra demonstração de que o grupo realmente conhece os lugares-comuns do rock, Kroeger anuncia antes de "Stand together": "Vamos tocar uma música sobre a unir todos e fazer um mundo melhor". Quantas vezes se ouviu isso em um show?
"Rockstar", "Someday" e "How you remind me" emocionam os fãs, que dão uma das respostas mais empolgadas até agora no Rock in Rio. E o Nickelback sai consagrado do festival. Os seguidores da banda se revoltam com a vilanização excessiva da banda, mas, sim, há motivos para dizer que o valor do grupo é limitado.
(G1 Notícias)

Nenhum comentário:

Postar um comentário