quinta-feira, 24 de outubro de 2013

'Não vamos ceder um milímetro', diz juiz ameaçado de morte por presos

Divulgação
O juiz da 2ª Vara Criminal de Araguaína, Antônio Dantas de Oliveira, se pronunciou sobre a carta encontrada na semana passada no presídio Barra da Grota em Araguaína, norte doTocantins. A correspondência foi escrita por um preso, que faz ameças ao juiz; ao promotor de justiça da Vara Criminal de Araguaína, Benedito Guedes; ao diretor do presídio, Wanderlan Rufino; ao chefe da segurança interna da unidade e ainda aos dois chefes de plantão do presídio.
"A justiça jamais pode se intimidar, tem que seguir, buscar, efetivar, não se acovardar. Agora, o judiciário sozinho não vai resolver o problema do país e nem do Tocantins. É isso que a sociedade precisa entender, tem que ter o apoio do poder executivo e do poder legislativo para que o Judiciário possa efetivar as suas decisões. Então não vamos ceder um milímetro a qualquer tipo de ameaça, a qualquer tipo de bandidagem neste estado", argumentou o juiz.
Para o magistrado a situação da maior unidade carcerária do norte do estado só será resolvida quando houver investimento do estado, como a criação do serviço de inteligência do próprio presídio e reforço na segurança pública. "O cerne principal dos problemas do presídio é a falta de estrutura. Aumentar o efetivo de policiais, a questão de armamentos não letais e melhorar o treinamento para agentes da empresa Umanizzare [responsável pelo presídio]".
O presídio Barra da Grota abriga 460 detentos. Boa parte é constituída por presos provisórios. A justiça vem buscando agilizar o julgamento dos processos para tentar amenizar a situação. "A reabertura da Casa de Prisão Provisória de Araguaína é fundamental até porque hoje diante do interesse público nós estamos mantendo presos provisórios em um presídio que é somente para presos definitivos. E já antecipo quando da sua reabertura a casa vai estar em déficit pois hoje temos uma população de presos provisórios de mais de 200 homens", disse o juiz.
A segurança da unidade vem sendo colocada à prova com os últimos casos de fuga, tentativas de fuga, assassinatos e entrada de objetos como celulares e drogas. Além disso a estrutura do presídio apresenta problemas. O esgoto que vem sendo despejado a céu aberto devido a um problema na bomba da central de tratamento tem espalhado água suja em toda a unidade e provocado mau cheiro. A direção do presídio não se pronunciou sobre o problema.
Sobre os apontamentos feitos pelo juiz, a Secretaria de Defesa Social do Tocantins informou apenas que houve reforço policial na unidade e que vai ser instaurado um processo administrativo para averiguar se houve facilitação na fuga de presos.
(G1)

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