sexta-feira, 4 de outubro de 2013

STF pode investigar deputado federal do Tocantins por suposto envolvimento com quadrilha de doleiro

Com o objetivo de apurar a participação de três deputados federais com o suposto esquema de desvio de recursos de fundos previdenciários e lavagem de dinheiro, o desembargador federal Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, determinou nesta terça-feira, 02, a remessa da Operação Miquéias ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro para investigações e abertura de processo criminal relacionados a parlamentares.

Entre os parlamentares investigados, está o deputado licenciado e secretário de Esporte, Eduardo Gomes (PSDB). De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), o doleiro Fayed Treboulsi, apontado como chefe da organização criminosa, conversava várias vezes com o parlamentar tocantinense.

Em uma das gravações autorizadas pela justiça, Eduardo aparece ajudando a marcar encontro do doleiro com o prefeito Ronaldo Dimas (PR), de Araguaína. Como mostrou em reportagem publicada na última segunda-feira, 30, o gestor foi assediado pela quadrilha e teria se encontrado com Fayed.

Eduardovou pegar o prefeito e vou praí.
Fayed: Então, eu já tô no escritório. Tô chegando, tá?
Eduardoentão tá bom.

Segundo a PF, uma agenda de Fayed apreendida em maio durante a operação "Infiltrados", que terminou com a prisão do doleiro, traz anotações de valores ao lado do nome de Eduardo Gomes: R$ 60 mil, R$ 250 mil e R$ 100 mil. Há indícios de que estes valores estejam relacionados ao pagamento de comissão ao deputado.

Outros dois parlamentares, sendo eles Waldir Maranhão, do PP do Maranhão, e Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, também são citados nas investigações por envolvimento com o suposto esquema.

Em contato com a imprensa, Eduardo Gomes admitiu que apresentou prefeitos a Fayed, mas alegou que os gestores não fecharam negócios com o doleiro. O parlamentar declarou ainda que vai apurar informações sobre os depósitos feitos na conta do funcionário dele. 


Já os deputados Waldir Maranhão e Davi Alcolumbre afirmaram que nunca tiveram contato com o doleiro Fayed.

Em comunicado, Ronaldo Dimas negou envolvimento com a quadrilha, embora tenha confirmado encontro com o doleiro preso. 


(RedeTO)

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